Cris Pizzolato e o blues da Fronteira Oeste
| Arte: Will Rohden e Cris Pizzolato | | Por Márcio Grings | Nascido em 1989, em Uruguaiana/ RS (cidade colada a Paso de Los Libres, na Argentina), Cris Pizzolato bebe da água doble chapa , termo utilizado nas fronteiras do sul do país para distinguir o indivíduo que tem dupla nacionalidade. No caso específico, trata-se de um cruzamento que forja sua credencial artística, pois sabemos: nas cidades de fronteira a cultura muitas vezes fica em segundo plano — e, fazer som com a influência do blues —, é muito mais penoso para um músico distante dos grandes centros. Ao atravessar a ponte, muitas vezes uma nova brecha se abre. Mesmo assim, em ambos os lados, não há um circuito de bares, muitas vezes também não existe um público interessado, são poucos os iguais para trocar figurinhas, possivelmente apenas alguns gatos pingados estejam dispostos a compartilhar do mesmo copo. Consequentemente, muitas vezes a desilusão bate forte, e no meio do caminho, desistir parece ser a coisa certa. Não