Entrevista: "não tinha nenhuma opção, além de compor música", diz James Taylor em entrevista
Próximo dia 4, às 20h, James Taylor e banda sobem ao palco que será montado no Beira-Rio (em formato de anfiteatro), e lá ele mostrará aos gaúchos o seu novo show - "James Taylor & His All-Star Band in Concert".
Reprisamos aqui a mais recente entrevista que o músico norte-americano cedeu ao jornal Chicago Tribune. A tardução é de Terezinha Martino e o texto original foi publicado no Jornal Estadão (ao final do post confira o serviço completo para o show do dia 4).
Como ícone dos anos 1960, James Taylor é
imponente. Suas canções suaves continuam a ser tocadas e ele atrai multidões
que enchem estádios em suas turnês. Seu último álbum gravado em estúdio, “Before
this World”, lançado em 2015, chegou ao topo das paradas, primeira vez desde o
grande sucesso de 1970, Sweet Baby James.
Mas Taylor diz que a simples ideia de estar
vivo aos 69 anos, sem falar em desfrutar de uma carreira ainda florescente, não
parecia algo provável nem possível quando era o adolescente lutando com as
drogas, doença mental e uma cruel indisposição das gravadoras.
Divulgação |
“Realmente, não tinha nenhuma opção, além de
compor música”, afirma Taylor, que nasceu em Boston e passou a infância entre
Massachusetts e a Carolina do Norte, enquanto seu pai, professor e oficial da
marinha, quase sempre estava longe de casa. Ele conta sua história com voz
calma, comedida, sem melodramas ou compadecimento. Parece um garoto com todo o
tempo do mundo, sem pressa para encerrar uma conversa, muito semelhante àquele
que transformou You’ve Got a Friend, música da sua amiga Carole King, num hino
à autoconfiança.
“Abandonei o colégio e gastei o dinheiro
destinado a cobrir a faculdade num hospital psiquiátrico”, ressalta ele,
referindo-se à época em que caiu na depressão e na dependência de drogas.
“Estou apenas vivendo para o fim de semana”, como diz em Copperline (sua música
de 1991). “Não pensava em nada, além disso. Minha família era educada e tinha
expectativas a meu respeito. Eu deveria terminar a escola, fazer uma carreira,
provavelmente acadêmica. Mas meus pais se separaram e eu desmoronei. Não sabia
por quê. Não tinha nenhuma expectativa do que sucederia comigo.”
Para Taylor, ganhador de três prêmios Grammy,
a música como salvaguarda não foi um clichê. Ele se tornou especialista em
fingerpicking (a técnica de dedilhar cada corda com determinados dedos da mão
direita) e em composição musical. Na casa paterna, cresceu ouvindo jazz, folk,
blues e música clássica ligeira, mas seu gosto foi mais profundamente
influenciado por um livro de hinos de igreja e Ray Charles.
“Hinos e canções de Natal são basicamente uma
educação essencial, em que muito da música ocidental está baseada. Cresci em
uma família nada religiosa e apenas quando fui para a escola é que conheci esse
tipo de música e aprendi todos esses hinos. Foram minha formação: as harmonias,
as estruturas dos acordes, o modo como eram desenvolvidos. É fundamentalmente
música ocidental. Aprendi a tocar esses hinos e essas canções na guitarra para
fugir do tédio, mas isso me deu a base para a música”, recordou.
Seu irmão o introduziu na música soul no fim
dos anos 1950. “Lembro-me da primeira vez que ele me tocou Yes Indeed, de Ray
Charles. Foi como se alguém tivesse mudado o mundo. Acendeu uma luz”, comenta
ainda ele.
Taylor, ainda adolescente, desenvolveu seus
talentos em bandas como Flying Machine, com a futura grande figura da guitarra
Danny Kortchmar, mas todas as suas primeiras aventuras musicais implodiram. A
ruptura da sua última banda, nos anos 1970, foi mencionada em uma das suas
músicas mais famosas, Fire and Rain. “Doces sonhos e máquinas voadoras em
pedaços no chão”, diz a letra.
Com a carreira praticamente sem futuro, James
Taylor decidiu ir para a Inglaterra, mesmo sem ter alguma perspectiva realista
de conseguir contratos ou gravação. Mas sua fita de demonstração chegou às mãos
de Peter Asher, caçador de talentos da marca Apple dos Beatles e ele acabou se
tornando seu empresário e maior defensor.
Os próprios Beatles o notaram e Paul McCartney
e George Harrison tocaram no autobiográfico Carolina in My Mind sobre o
autointitulado álbum de estreia de Taylor. +
“Compunha música há cinco anos. Não fui um
sucesso da noite para o dia”, conta Taylor, quando indagado se achou que foi
afortunado ao chamar atenção dos Beatles.
“O álbum James Taylor não foi um sucesso
comercial, mas me tornou conhecido e me ajudou a obter um outro contrato para
gravar. Os Beatles tiveram esta grande ideia de um selo e uma organização
administrada por e para artistas. Brian Epstein morreu e quem ocupou a vaga foi
Allen Klein, que era um pirata. Peter (Asher) quis fazer uma auditoria (sobre
as vendas de discos de Taylor), mas Allen Klein não permitiu. E, basicamente,
nos ameaçou de processo. Ele não estava interessado em ninguém, Mary Hopkin,
Jackie Lomax, Billy Presto – somente nos Beatles e em ganhar dinheiro.
O álbum seguinte de Taylor foi Sweet Baby James,
que deu início a uma década que incluiu
uma dezena de sucessos e uma antologia
que vendeu 12 milhões. Mas o sucesso comercial do cantor e a união com Carly
Simon foram complicados pelo abuso de drogas, que hoje ele descreve como uma
nefasta tentativa para automedicar-se. Finalmente, Taylor venceu seu vício em
metadona, adotando um regime de exercícios na década de 1980.
Divulgação |
Com frequência, o uso de drogas por artistas
do pop e rock é associado a hedonismo, mais do que dependência ou problema de
saúde. A cobertura pela mídia da overdose fatal de remédios de Prince é um
exemplo recente de como essas nuances são sufocadas pelo sensacionalismo e
estereotipagem. Taylor diz que estudos recentes mostram que o número de mortes
por overdose de drogas saltou de nove em cada grupo de 100.000 em 2003 para 15
em cada grupo de 100.000, em 2014. As mortes por overdose são provocadas em grande
parte por dependência de analgésicos e heroína.
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O fato de Taylor ter sobrevivido e seguido
adiante é uma história que continua a deixá-lo perplexo e humilde. “De algum
modo, não morri”, ele canta em Today, Today, Today, primeira música do seu
álbum mais recente. “Achei que tinha encontrado a resposta para um problema,
com as drogas”, avalia ele. “Felizmente, compreendi como estava errado, antes
que fosse tarde demais.”
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Confira o serviço completo para o show de James Taylor e Elton John em Porto Alegre.
Elton John / James
Taylor - PORTO ALEGRE (RS)
Data: Terça-feira, 4
de abril de 2017.
Apresentação James
Taylor: 20h
Apresentação Elton
John: 22h10
Local: Anfiteatro
Beira-Rio - Av. Padre Cacique, 891 – Praia de Belas - Porto Alegre -RS
Classificação etária: De 06 a 13 anos: Permitida a entrada acompanhados por
responsável legal. A partir de 14 anos: Permitida a entrada desacompanhados.
Capacidade: 24.917
pessoas
Ingressos: R$ 260
(cadeira superior), R$ 450 (cadeira inferior) e R$ 640 (pista premium).
Meia-entrada: obrigatória a apresentação do documento previsto em lei que
comprove a condição de beneficiário: no ato da compra e entrada do evento (para
compras na bilheteria oficial e pontos de venda físicos) / na entrada do evento
(para compras via internet).
BILHETERIA OFICIAL –
SEM TAXA DE CONVENIÊNCIA
Multisom – Rua dos
Andradas, 1001 – Centro – Porto Alegre – RS Segunda a sexta-feira, das 11h às
19h. Sábado, das 9h às 17h. Domingos e feriados, fechado. Excepcionalmente nos
dias 11 e 13 janeiro a bilheteria funcionará das 10h às 18h.
LOCAIS DE VENDA – COM
TAXA DE CONVENIÊNCIA
Pela Internet:
ticketsforfun.com.br (taxas de conveniência e de retirada) Pontos de venda no
link
FORMAS DE PAGAMENTO
VÁLIDAS TICKETS FOR FUN
Internet: cartões de
crédito MasterCard, American Express, Elo Crédito, Visa, Diners Club e
Hipercard. Bilheteria e pontos de venda: dinheiro; cartões de crédito
MasterCard, American Express, Elo Crédito, Visa, Diners Club e Hipercard;
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